Acende Brasil lança white paper sobre sustentabilidade do setor elétrico
Para isso, a instituição elencou 17 recomendações sobre o tema, com o intuito de promover discussões qualificadas em diversas áreas
A robustez do setor elétrico brasileiro é resultado de décadas de investimentos por parte de empresas e governos, de engenharia de ponta envolvida e de uma regulamentação definida. Mas, apesar da percepção de estabilidade do setor, o segmento ainda é bastante suscetível a riscos. Dentre os principais estão o desabastecimento de energia, devido à imprevisibilidade da demanda e das fontes energéticas, a degradação da governança institucional e a perda de confiança, o que pode dificultar a captação de recursos financeiros indispensáveis para investimentos futuros. A sustentabilidade do setor elétrico depende de muitos fatores. Por isso, assegurar o fornecimento de energia elétrica sem interrupções requer planejamento, experiência e agilidade.
Pensando na estabilidade e coesão do setor, o Instituto Acende Brasil lançou, recentemente, um White Paper que alerta consumidores de energia e autoridades sobre as fragilidades do setor elétrico brasileiro. Segundo a instituição, as empresas têm administrado algumas situações, a ponto de evitar danos, cujos impactos podem ser duradouros para a população. Trata-se de um setor que requer aportes bilionários todos os anos e a confiança é essencial para fomentar os investimentos.
Nesse sentido, os White Papers do Instituto Acende Brasil apresentam análises e recomendações aprofundadas sobre temas cruciais do setor elétrico brasileiro, com o intuito de promover discussões qualificadas em diversas áreas, como agência reguladora do setor; governança corporativa; impostos e encargos; leilões de energia e transmissão; meio ambiente e sociedade; oferta de energia; rentabilidade; e tarifa e regulação.
Sustentabilidade do setor elétrico
De acordo com o Instituto Acende Brasil, a atual estabilidade energética foi alcançada por meio da análise e consideração de milhares de cenários possíveis, permitindo a criação de um sistema robusto e resiliente, fruto de um planejamento meticuloso e de decisões estratégicas tomadas ao longo dos últimos anos. “A estabilidade e coesão do setor são mantidas por uma governança institucional, que foi constituída ao longo de décadas”, aponta o White Paper.
Alguns especialistas atribuem ao planejamento o sucesso no enfrentamento dos desafios energéticos e a garantia de que a demanda da população e da indústria está sendo atendida de maneira eficiente. Ou seja, a energia que dispomos hoje é resultado de decisões bem fundamentadas e da antecipação do setor a diversas situações. Essa condição colocou o Brasil em uma posição vantajosa em comparação a outros países.
O estudo ainda cita Ellen Johnson Sirleaf (que foi premiada com o Nobel da Paz, em 2011), quando faz referência à sustentabilidade. “Sustentabilidade não envolve apenas preservar recursos; envolve também assegurar a resiliência e eficácia das instituições”, disse ela.
O White Paper lançado pelo Acende Brasil é um alerta que tem como objetivo conscientizar o ecossistema brasileiro de energia sobre algumas fragilidades do setor. Por isso, a instituição elencou 17 recomendações sobre o tema, que vão desde a promoção da exportação de energia excedente para países vizinhos, passando pela robustez do sistema de transmissão, a eliminação de gargalos de escoamento, a ampliação da participação de fontes flexíveis e controláveis na matriz elétrica brasileira, até a implementação de uma nova sistemática de leilões e a restrição de novas iniciativas do Congresso Nacional.
Segundo o documento, “se estas recomendações forem observadas, o setor elétrico será mais robusto e seguro, tornando o suprimento de energia mais confiável e mais barato para os consumidores”.