Estudo indica que EVA de empresas do setor foi positivo em 2021

Data da matéria: 18/01/2023

Estudo produzido pela KPMG e Acende Brasil mostra que cenário recente desenhado deves ser observado em prol da atração de investimentos no longo prazo

Um estudo elaborado pelo Instituto Acende Brasil e KPMG para avaliar a rentabilidade do setor elétrico brasileiro mostra que a geração de valor econômico agregado (EVA) foi positiva em 2020 e 2021. Apesar do resultado recente, o índice cumulativo do período de 2017 a 2021 continua negativo em R$ 23,4 bilhões. O EVA é demonstrado pela diferença entre o retorno sobre o capital e o custo de pecúlio. O indicador é usado para avaliar se a empresa está criando valor para os acionistas.

Outra conclusão destacada pelo pela KPMG e Acende Brasil é que na comparação com os EVAs negativos de 2017 a 2019 e com os positivos de 2020 e 2021, percebe-se que se desenha um cenário em que os retornos sobre o capital de um setor altamente regulado, como é o elétrico – passam a ser compatíveis com os custos dos recursos de capital. De acordo com o estudo, essa tendência deve ser observada nos próximos anos em benefício da atração de investimentos de longo prazo.

A inflação efetiva em 2021 teve um forte impacto no índice, sendo mais que o dobro da expectativa contida no custo de capital, segundo o estudo. Caso esse índice fosse adotado no retorno exigido pelos investidores, o EVA da amostra de 2021 sairia de positivo em R$ 24 bilhões para negativo em R$ 13,7 bilhões. Segundo a publicação, ao ajustar o retorno exigido pela inflação efetiva, o WACC se torna alinhado ao retorno de uma taxa livre de risco.

Entraram na lista de avaliação 47 empresas, sendo 29 de distribuição, dez de geração, quatro de transmissão e quatro de geração e transmissão. As companhias listadas foram classificadas na sua área de atuação. A inclusão se deu em uma das quatro divisões se as receitas na área de atuação representarem 50% ou mais da receita total ou se o percentual combinado da receita de dois segmentos representar mais de 50%. Entre as incluídas estão Cemig-D, ISA Cteep, AES Tietê, Taesa e Santo Antônio Energia.

De acordo com o estudo, a destruição de valor cai bastante quando a Eletrobras e as suas subsidiárias são excluídas da lista. A diferença no somatório é de R$ 22,6 bilhões com a ex-estatal e as controladas e sem elas fica em R$ 8,9 bilhões. Apesar de a amostra de empresas, tirando a Eletrobras, ter enfrentado índices negativos entre 2017 e 2019, positivo em 2020 e bastante positivo em 2021, o investimento por estas mesmas empresas apresentou um crescimento médio ponderado de 12,3% entre 2017 e 2021.

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