Falta de chuva reduz volume de água nos principais reservatórios do Brasil
18/mai/2021, Jornal Nacional
O volume de chuva registrado desde outubro de 2020 é o menor dos últimos 91 anos e, por isso, o governo vem tomando medidas para preservar o volume de água desses reservatórios.
A falta de chuva reduziu o volume de água nos principais reservatórios do Brasil.
Na usina de Marimbondo, na divisa dos estados de São Paulo e Minas Gerais, o nível do volume útil baixou para apenas 8%. Situação crítica também na usina de Água Vermelha; o nível do reservatório bateu 7%.
Esses reservatórios integram o subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o principal do país. Reúne reservatórios de hidrelétricas responsáveis por 70% da capacidade de geração de energia. Como um todo, o subsistema está com o nível de armazenamento de água em 33%.
A situação é resultado da falta de chuva. O volume registrado desde outubro de 2020 é o menor dos últimos 91 anos e, por isso, desde 2020, o governo vem tomando medidas para preservar o volume de água desses reservatórios.
A principal delas: acionamento cada vez maior de usinas termelétricas, que geram energia a partir da queima de combustíveis como óleo ou gás natural. Além disso, importação de maior quantidade de energia do Uruguai e Argentina. E, em maio, alguns reservatórios tiveram a redução de vazão autorizada pela Agência Nacional de Águas.
É o caso dos reservatórios de Jupiá e Serra da Mesa. Jupiá fica no rio Paraná, na divisa de São Paulo com Mato Grosso do Sul. Serra da Mesa está localizada na bacia do Alto Tocantins, em Goiás. A redução nas vazões busca diminuir a velocidade de esvaziamento para garantir geração de energia elétrica e outros usos.
O governo federal criou uma sala de crise para apresentar um plano de ação em 15 dias.
O consumidor já vem notando nas tarifas de energia o impacto das medidas excepcionais para poupar água dos reservatórios, como o uso de energia vinda de termelétricas, uma energia bem mais cara. Estamos agora na bandeira vermelha, patamar um – a segunda maior tarifa – , e o período seco está começando.
O Instituto Acende Brasil avalia que o país não chegou a uma situação de risco de falta de energia, mas que o momento é de atenção.
“Nós não estamos em nenhuma situação de alarme, não é esta a realidade. Porém, é importante que a sociedade tome conhecimento disso. O uso racional da eletricidade, o uso racional da água, a economia sempre que possível, eu acho que essa é a contrapartida que a sociedade pode dar para aumentar a segurança de todos, diante de uma situação de seca tão severa quanto a que nós estamos vivendo”, afirmou Claudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil.