Há risco de apagão em horário de pico no 2º semestre’, diz Acende Brasil

Data da publicação: 04/06/2021

o4/jun/2021, TV CNN Brasil

Em entrevista à CNN, o presidente do Instituto Acende Brasil, Cláudio Sales, disse que embora o Brasil esteja vivendo a “pior crise hídrica de sua história nos últimos oito anos”, não há iminência de desabastecimento, como ocorreu em 2001, mas sim de apagões nos horários de pico.

Sales faz um paralelo entre os dois momentos e diz que em 2001, diferente de hoje, o país não tinha energia o suficiente para atender o consumo pela falta de usinas geradoras de energia que hoje funcionam no país.

“A decisão tomada [naquela época] foi reduzir forçadamente essa demanda. Foram 20% de corte por inúmeros meses para que você tivesse condições de atender o abastecimento.”

Atualmente, o Brasil é capaz de abastecer o nível médio de gigawatts exigidos, segundo ele.

“Hoje, você tem uma demanda em torno de 70 gigawatts médio, é a carga do nosso sistema”, afirma.

Segundo Sales, o Brasil tem usinas em condição de prestar este serviço ao longo de um período, “considerando um dia inteiro, uma semana ou um mês.”

No entanto, como a energia é gasta de maneira irregular, com horários de baixa e de pico, o problema da estiagem está relacionado ao aumento da demanda em parte do dia, explica.

“Neste momento de pico, pode acontecer sim que o operador não tenha usinas que sejam despacháveis para atender aquele pico, e aí você caracterizaria não um racionamento, como foi a história do passado, mas uma situação de um risco de apagão que, diante das circunstâncias, é possível que aconteça no próximo semestre”, afirma.

Planejamento

Segundo o especialista, um planejamento no setor hídrico é sempre feito a longo prazo, por pelo menos oito anos. O que já foi realizado em anos anteriores, de acordo com ele, resguarda o país de desabastecimentos no presente.

“Por que apesar deste cenário nós estamos com um abastecimento de energia funcionando normalmente? Isso é fruto deste planejamento que determinou que há um, dois, três, quatro, cinco, seis anos atrás fossem tomadas medidas para assegurar que nós tivéssemos as usinas e as linhas de transmissão necessárias para enfrentar, com uma certa taxa de risco, a situação de abastecimento”, conclui.

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