Sobreoferta de energia pelas hidrelétricas foi de 6,5 GW em 2023, segundo Instituto Acende Brasil

Data da matéria: 25/03/2024

Volume representa a geração que foi vertida pelas hidrelétricas e que poderia ter sido turbinada para o Sistema Integrado Nacional

O Instituto Acende Brasil aponta que 6,5 GW de energia foi vertida dos reservatórios das hidrelétricas sem passar pelas turbinas, ou seja, esse total foi quase todo dispensado no ano passado. A informação faz parte do Programa Energia Transparente (PET), iniciativa do Instituto e que traz um balanço do setor energético. O diagnóstico de 2023 foi de sobreoferta, em função do excedente de energia hídrica.

Isso aconteceu porque o armazenamento dos reservatórios ficou próximo aos limites máximos. Outro efeito desse cenário envolveu os custos de operação do sistema elétrico. De acordo com reportagem do Canal Energia, os valores médios semanais do Custo Marginal de Operação (CMO) ficou em R$ 0,00/MWh durante todo o ano de 2023.

A energia vertida e não turbinada corresponde a cerca de 13% da geração hidrelétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN), que congrega todo o sistema de produção e transmissão de energia do país. A mesma quantidade vertida poderia responder por cerca de 9% da carga – demanda de energia – do SIN.

Sobreoferta de energia em 2023

Nem toda a energia foi perdida, em função da possibilidade de exportação dos potenciais vertimentos turbináveis. O estudo do Instituto Acende Brasil mostra que 37% dos vertimentos turbináveis foram exportados por se tratar do fim do período úmido, época de menos afluências. O processo poderia envolver as estações e maior afluência, amplificando a possibilidade de exportação.

A reportagem mostra ainda que grande parte das hidrelétricas participam do chamado mecanismo de realocação de energia (MRE), no qual as usinas compartilham a energia gerada entre si. O estudo também indicou que houve total recuperação dos reservatórios nos últimos dois anos e os custos marginais de operações semanais foram nulos durante todo o ano de 2023, como indicado no começo da nota.

O mesmo documento abordou outras questões como a micro e minigeração distribuída (MMGD). O relatório aponta ainda as concessões de distribuição que estão próximas ao vencimento como tema estratégico atual, em função de grande parte das distribuidoras de energia terem seus contratos sendo finalizados a partir de 2025, iniciando-se com a EDP-ES.

 

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